Cheguei a Porto Alegre na manhã seguinte ao vendaval ou ciclone feito de raios que partiram grande parte da bela cobertura de árvores da cidade, na sexta à noite, dia 29 de janeiro de 2016.
Fora elas, retorcidas, partidas, no chão, foram mais ou menos cinco mortos pelo que ouvi. Pessoas hospitalizadas dependendo de respiradouros que falharam com a falta de luz. E um colombiano no trânsito.
Um colombiano perdido na minha cidade!
Vários bairros sem luz e água desde sexta-feira. Caos democraticamente espalhado por todas as classes sociais. E, cadê o Prefeito? Cadê alguma liderança que apareça centralizando as informações de algum modo em algum lugar? Dando pelo menos alguma aparência de coordenação das atividades? Pedindo verbas ao Governo Federal? Na verdade, se há um prefeito que não faz isso, para que prefeito? Sem acesso a luz, só o velho rádio como suporte.E sem rádio, nada. Uma cidade sem semáforos - que lá se chamam sinaleiras - funcionando nas suas principais vias.
Deu para ver a nossa vulnerabilidade e incapacidade de lidar com eventos climáticos que devem se tornar mais frequentes. Houve vários temporais o ano passado em Porto Alegre. Na verdade, sempre houve. No jornal diz que o Saint-Hilaire viu um do mesmo estilo. Mas então não tinha tanta gente, tanto fio elétrico.
Parece, segundo a atendente do aeroporto, que os americanos sabiam que ia acontecer o suposto ciclone na cidade. Contei isso ao taxista carioca que retrucou: pra que saber antes? Em suma, de que iria adiantar saber antes em um lugar completamente despreparado como estava Porto Alegre. Só ia causar pânico. E ninguém, como vemos agora, ia saber o que fazer mesmo. Pelo visto, o jeito é a gente se tranquilizar diante da nossa terrível vulnerabilidade.
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