quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

A pequena cidade do Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro deve ter cerca de 7 milhões de pessoas, mas é uma cidade pequena. Pude resolver minha tendência a depressão por me sentir aparentemente isolada (neurose típica de quem faz tese) dando uma volta por bairros bastante populosos e frequentados dessa cidade como o Centro, o Largo do Machado e o Catete.
Sem brincadeira: encontrei três pessoas queridas, conhecidas, que até precisava encontrar percorrendo essas ruas em plenos afazeres burocráticos do dia a dia. E eu moro aqui a apenas quatro anos!!!! Imagina se eu tivesse nascido!
Em suma, me senti mais uma vez aqueles braços abertos dessa cidade, característica apontada pelo El Pais, na época da seleção das Maravilhas do Mundo Contemporâneo. Na foto legenda que falava da candidatura do Cristo Redentor, o jornal dizia que o famoso monumento representava como o brasileiros recebiam os visitantes: de braços abertos.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

À espera do Messias

Ontem era Dia de Reis. Antigamente, em todo o território de tradições ibéricas era o dia em que se ganhava presente, como ainda o é na Espanha. Aqui no Brasil, provavelmente por causa da Coca-cola que inventou o Papai Noel e por causa do Tio Patinhas e seus sobrinhos patos, aprendemos a considerar o dia 24 um dia de se comer Peru em uma ceia e de ganhar presentes.
A parte penosa dessa história é ver os pobres coitados contratados para passarem por Papai Noel nos shoppings... suando em bicas.... enquanto tentam escutar os pedidos das crianças....Ainda se a gente arranjasse uma vestimenta adequada ao Natal tropical para o tal velinho... Ou quem sabe, mudamos o tipo? Talvez um saci-pererê também desse conta do recado... com aquele cachimbo matreiro... Sei lá.... O fato é que acho chato ter perdido a celebração do dia dos Reis Magos... que até na França, tem seus dia celebrado com um bolo delicioso...folhado com marzipan dentro... onde, como outrora aqui, há uma prenda e quem ganhar o pedaço com ela pode até fazer um pedido.
Mas ontem, em uma casa maravilhosa, na Rua Aprazível, em Santa Teresa... esperava-se o Messias, o violeiro que daria voz a uma Folia de Reis. Eu que nunca vi uma Folia, estava ansiosa esperando naquele cenário fantástico... em uma varanda belíssima, voltada para a Baia da Guanabara. Quem diria, o centro do Rio de Janeiro mais uma vez me brindando com uma tradição provavelmente tão antiga quanto os tijolos do convento que dá nome a esse bairro.
Entretanto, o Messias não veio. Havia o pandeirista, um tocador de percussão e improvisamos uma cantoria. E eu cá com meus botões achei uma pena não ter matado a vontade de ver uma Folia de Reis, mas estava tudo certo e condizente para um dia 6 des janeiro. Afinal, celebrávamos o dia e, no fundo, no fundo, não estamos sempre esperando o tal Messias?