terça-feira, 18 de junho de 2013

Sobre as manifestações

É  fato de uma nova geração estar indo para as ruas. Eu já tinha sentido isso no ano passado durante a greve das universidades. Uma insatisfação com os rumos partilhada por muita gente, que não vê essa vontade coletiva expressa e respeitada. E o transporte público no Brasil é um escândalo. Caríssimo. Péssimo. Se há algo que precisa ser subsidiado é o transporte público. Economizaria espaço, tempo e saúde das populações da cidade.
O David Harvey, o geógrafo marxista britânico defende que as lutas que estão se dando nas cidades contra o avanço do capital é onde se pode localizar o tal sujeito histórico que em outras épocas levava o nome de "proletário". Aqui, também acho que enfim está saindo para as ruas uma nova geração, que processa essas contradições que a gente assiste diariamente neste país e que resolveu se expressar. Os brasileiros são rápidos para aprender e inovar politicamente. Nosso problema sempre foram os "donos do poder" que possuem tentáculos impressionantes e uma ganância sem limites. Copa, Olimpíadas e etc. estão sendo perfeitos para isso. E as pessoas estão indignadas. O bom é que essa geração não tem as conexões da minha, que foi formada politicamente no fim da ditadura e considerava a estrela do PT a salvação da lavoura nacional. Infelizmente, como se sabe, eles passaram a servir muito mais aos ruralistas e mantiveram quase tudo como dantes, com um avancinho aqui, outro acolá. Mas que já inspira muito a sanha desvairada da nossa direita histórica, que não ousa nunca dizer o seu nome para nos deixar ainda mais confusos. E para completar, as cidades estão cheia de carros, o transporte público no país é caríssimo comparado ao de qualquer país latino-americano. E aqui no Rio, corre-se risco de vida diário ao se andar de ônibus. Todos sabem que o serviço é controlado por uma máfia regularizada, os serviços privatizados como barcas, metrô e trens oferecem torturas diárias a seus usuários que pagam bem caro por isso e... bom, um dia, felizmente, a panela de pressão estoura. Vamos ver onde vamos parar. Nessas enxurradas, muitos "castelos" sólidos devem se desmanchar pelos ares....A primavera árabe enfim chega às nossas praças e ruas. Vamos ter que cuidar para que ela não escorregue das nossas mãos e se torne mais um embuste a nos enganar, tão desejosos somos de alguma redenção - que não seja apenas a outorgada por dribles futebolísticos da Seleção Canarinho.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A louca barrageira

Hoje vi que a Dilma diz que ainda há espaço para hidrelétricas na Amazônia. Com o tanto de sol que tem o Brasil, essa legítima "louca barrageira" deveria estar preocupada em desenvolver tecnologia para aproveitá-lo do que em enriquecer a plutocracia brasileira das empreiteiras.
Mas não é o caso dela nem da "companheira" Glesi Hoffmann.
O horrível é que elas expressam a ignorância crônica das elites brasileiras sobre o que é "desenvolvimento", esse que nós copiamos do "american way of life".  Alguns enriquecem bem. Uma camada da classe média também, mas a maioria se dana mesmo. E danam-se os caipiras, caboclos, caiçaras e matutos de todo esse país. Danam-se os indígenas, danam-se os quilombolas. Assim enriquecemos bastante alguns lugares desse mundo e do Brasil. O resto fica com as migalhas e, pior, perde-se de si. Perde a pátria.