quarta-feira, 20 de maio de 2015

A falta da coragem política e a educação


 Como faz falta a coragem política, ou o que Gramsci chamava de “jacobinismo na ação” no cenário nacional, hoje coalhado de medíocres políticos.
Sinto pena que o Brizola tenha decidido partir dessa para melhor no início do Governo Lula porque ele teria sido um farol para evitar esses desastres políticos proporcionados pelo PT em seus últimos mandatos e talvez mais sábio em lidar com as manobras golpistas que vicejam no ambiente político brasileiro.  Diga o que quiser do Brizola, mas  era corajoso. Ele não foi bom na construção de um partido. E, além disso, foi golpeado. Roubaram dele a sigla PTB, mas se  não fosse um político grandioso, o próprio PDT não teria vingado.
Temos o exemplo dos vizinhos argentino, onde os Kirchner, mesmo acossados, sempre seguiram adiante. Aprofundaram  sua plataforma política onde puderam. Recentemente, um colega argentino me disse que ela simplesmente “estatizou” a ferrovia.  E olha que o ambiente político argentino estava contaminado pelo assassinato do promotor, o negócio andava pesado e polarizado. Mesmo assim La Kirchner foi adiante. Aqui a polarização grassa e o que vemos é o pessoal entregando os pontos. Detestável.
Tem que olhar em perspectiva. Pensar adiante.
Por exemplo, agora estamos em uma espécie de janela demográfica. A tarefa mais importante de qualquer grupo que esteja no poder hoje é simplesmente encontrar alguma forma de enfiar todas as crianças vulneráveis em escolas, dá-las assistência de vários tipos, para eles se tornarem talvez a geração que dará o salto qualitativo deste país. Se não nos golpearem novamente, é claro.
A escola pública em vários níveis não dá conta disso, por enquanto. Logo, temos que incentivar temporariamente que abram-se bolsas pagas pelo estado em escolas particulares para alunos de  escolas públicas até que existam turmas de no máximo 20 crianças nas públicas, podendo melhorar a qualidade do atendimento delas e melhorar as condições de trabalho dos professores.
Criar mutirões nas escolas públicas para reformar, pintar, decorar.  Chamar a comunidade escolar, pais e parentes dos alunos, a contribuir como puderem. 
Em suma, tentar caminhos institucionais para se ir mudando aos poucos determinadas realidades através daquilo que vem de nós. O melhor de nós. Afinal, não somos organizados para fazer festas? Então nos organizemos, enquanto sociedade civil, para acolher essas crianças! Cada brasileirinho hoje é uma fonte de possibilidades abertas para florescer a nossa civilização.  Sim, a civilização brasileira. Que é uma entre várias, mas que como é a minha, eu faço questão que ela atinja suas melhores potencialidades.
Claro que não devemos esquecer de aumentar o salário dos professores até chegar ao patamar do que  recebiam na década de 60. É esse o padrão salarial que deve ser respeitado e do qual nunca devíamos ter saído.
E  o Brizola, sim, ele sempre pensava em educação. E pensava a sério. Não da boca para fora. Tirava realmente recursos do orçamento do estado para promover essa área. Desde o governo do Rio Grande do Sul. Na época as  escolas do Brizola se espalharam pelo interior gaúcho. Hoje, mesmo que tenham desfigurado a proposta ao longo dos anos, seus monumentos chamados CIEPS pontuam a paisagem do Rio,  lembrando para a população que  basta querer, que essa idéia pode renascer.

Se não fizermos o caminho, não chegaremos lá.

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