quarta-feira, 2 de maio de 2007

Emanuelle Béart, a inesperada

O showmício de 1º de Maio da candidata socialista Ségolène Royal também foi um momento preparado para artistas e personalidades francesas darem seu apoio público à candidata. Além dos cantores, personalidades do meio esportivo, cultural e político foram dar as caras para o público aglomerado no estadio.
Curiosamente, entretanto, em uma das minhas tentativas de sair do lugar, acabei vendo dois casais, meio que discutindo o que iam fazer, depois de terem conseguido abrir espaço entre a multidão que se aglomerava na frente do portão.
Para meu espanto, entre eles, lá estava a bela estrela francesa de cinema, Emanuelle Béart, com cabelos curtos e sem qualquer maquiagem, como pode ser vista no grande filme de André Téchiné, "Le Temoins".
Estava tirando meu caderninho da bolsa, para tentar aproveitar a deixa, quando o grupo, depois de deliberar o que ia fazer foi para a porta, conversar com o jovem, responsável pela seleção de quem podia entrar naquele recinto seleto. Enquanto lá dentro começaram a fazer sinal para entrar, ela, aparentemente constrangida, repetia "que não era necessário que eles entrasse".
Acabaram entrando e partiram discretos, me meio aos jornalistas aglomerados entrevistando alguma personalidade qualquer.
Em suma, Emanuelle entrou muda e saiu calada.
Fui checar com a asseoria de imprensa a situação, pois sua chegada me pareceu completamente inesperada. E, ele, me confirmou. "Sim, não a esperávamos".
A atriz é conhecida por seu engajamento político. É embaixadora pela Unicef e assumiu a luta contra o endurecimento das leis em relação aos imigrantes. Em 1996, quando participava de uma manifestação em defesa dos "sans papier", como são conhecidos, foi despejada junto com eles de uma ocupação realizada em uma igreja de Paris.
Curiosamente, entretanto, a discreção de sua chegada foi tal, que seu apoio a Ségolène passou desapercebido.

2 comentários:

cattelles disse...

oi, débora. meu nome é camila, trabalho com a tua amiga angela gil, aqui em porto alegre.
estava lendo o teu texto sobre a dinamarca - muito interessante, por sinal - e fiquei super curiosa sobre as roupas diferenciadas dos conservadores e dos socialistas.
como eram??

abraço,
camila

fazendo correr o risco disse...

Cara Camila,
Desculpe a demora. Não sou bloggeira... experiente e nem tinha visto os comentários...
Os socialistas, na época, se vestiam mais com roupas estilo hippongas. Camisas, batas,calça jeans, coletes, tenis. Já os conservadores usavam cabelos espetados, roupas cor clarinha (verde, azul,amarelo), calças tipo social e sapatos tipo esporte.Claro que também usavam jeans... As mulheres com sapatos bicos finos, calças de bicos finos, saias... tudo clarinho ou muito preto e branco. Era década de 80....mas efetivamente os socialistas se vestiam de maneira mais atemporal. Menos modismo e mais uma coisa que continua sempre meio na moda. Lenços... Claro que a roupa lá é sempre mais clássica. Não sei se hoje continua assim. Na época era muito marcado.