quinta-feira, 23 de outubro de 2014

México

Acabo de voltar do México. Mais precisamente a Cidade do México. E lá em menos de um ano o presidente Peña Neto, do PRI - partido que fez as reformas neoliberais devastadoras da década 90, - vendeu a petroleira deles, ainda totalmente estatal, a Pemex, para os norte-americanos. E isso que 40% do lucro da Pemex ia direto para as escolas públicas mexicanas! A venda foi em menos de um anos, tipo rolo compressor, e passando por cima de inúmeras mobilizações dos mexicanos, um povo guerreiro que tem o azar de ter um Império sangue-suga na vizinhança.
Gostei demais de ver aquele povo indígena, seu patrimônio cultural camponês, aquele enorme orgulho cultural que se manifesta em uma grande cidade onde pouco se vê da língua e da cultura imperial norte-americana vizinha. Nada que se compare ao que vemos nas ruas das grandes cidades brasileiras onde toda uma gama de símbolos e produtos norte-americanizados polui a paisagem por tudo que é canto.
Aqui, em pleno derramamento de denúncias sobre a Petrobrás, os gringos devem estar se babando para articular uma reviravolta política como essa, nas costas do tucanato que sempre lhes abriu caminho servilmente.
Não gosto do Governo Dilma. Mas não vou correr o risco de entregar este grande país a esses abutres que transformaram São Paulo em um deserto.
Pelo menos, como o PT, aos trancos e barrancos, vamos indo bem melhor do que as quebradeiras produzidas por Malan, Fraga e CIA.
Nunca vou me esquecer das manchetes de economia dos jornais perto da reeleição do FHC de 1998: o real está forte! E isso que no meio da campanha o Ministro da Economia, o Pedro Malan foi para Nova York pedir um refresco ao FMI. Deve ter dito: por favor, esperem a reeleição... quebraremos depois, ok? Bastou o Efeagá ser eleito, que em janeiro de 1999 veio a desvalorização do real. Foi realmente um dos grandes estelionatos eleitorais da nossa história.
Ou seja como confiar neles? Só a amnésia histórica justifica essa votação do Aécio...
Bom, mas também, não podemos esquecer: as grandes frustrações que tivemos com o PT que não soube fomentar um imaginário de esquerda, apesar de estar no poder há 12 anos. Como pode, depois de 12 anos de PT no poder, a Bancada Ruralista aumentar de tamanho?

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