Porto Alegre é uma província extremista. Muito calor no verão. Muito frio no inverno. Extremos climáticos. E gente vestida de vermelho ou azul. Quase como uma farda. Ou vermelho, ou azul.
Capital de um extremo geográfico do Brasil. Hoje a vejo demolindo-se. Era arquitetonicamente bela. Hoje está à venda. Não sei quantos prédios novos estão programados para sair nesta nova arquitetura esquisita desses tempos de templos de consumo. Só sei que se vão minhas referências da cidade. Foram indo. Algumas aos poucos. Outras de uma hora para outra. Em mim, esse processo começou com o fim dos cinemas. O fim do ABC e seu tapete vermelho incrivelmente fofo recebendo os convivas das sessões da meia-noite. Muitas delas, dormidas. Foi-se o Bar João e suas cachaças incríveis, o Baltimore e o cinema-escola Bristol.
Ficou a Casa de Cultura Mario Quintana. Mas até esteve fadada a ir-se embora, não fosse o Mario Quintana. Também quase se foi o Mercado Público. Essas permanencias foram lutadas. E ficaram como símbolos. Mas a nova onda especulativa chegou e está varrendo a cidade novamente. Infelizmente, desta vez com péssimo gosto.
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