segunda-feira, 21 de junho de 2010

O funk dos nossos ouvidos

É muito legal saber que uma música desenvolvida nos morros e favelas, o chamado “funk carioca”, tenha conquistado adeptos em todo mundo, ampliando o mercado musical de músicos brasileiros. Mas honestamente não sou simpatizante da música, simplesmente porque ela invade meus ouvidos sem a menor consideração. Para corroborar minha implicância é líquido e certo que os adeptos dos bailes funks irão ensurdecer por volta dos 40 e 50 anos. É meio triste ver uma geração fadando-se à surdez. É um problema deles. Uma opção. Como é uma opção de quem é fumante escolher a manutenção do vício e uma probabilidade alta de desenvolver um câncer nos pulmões.
O aborrecido é que essa mania deles ensurdece também a vizinhança. Fico pensando o que fazem os moradores das redondezas dessa quadras de bailes funks. Bom, quem não gosta deve saber com alguma antecedência e mudar para casas de parentes durante o fim de semana. Sim porque eu moro longe e, provavelmente por uma questão de acústica... já que a tal quadra é no meio de um vale (eis aí o início dessa ciência) sinto que o baile é no apartamento do lado da minha casa. A estridência e o ritmo são tão fortes que fazem balançar as vidraças do meu apartamento. Creio que com um volume um pouco mais alto elas se espatifarão. E esse é sem dúvida o grande problema da surdez. Já surdos, os freqüentadores desses bailes devem estar precisando escutar sua música a um ritmo cada vez mais alto.
Já ouvi falar que o “estilo estouro” de tímpanos faz parte de uma provocação social dos criadores desses bailes. Uma forma de incomodar a vizinhança mais abastada dessas favelas. A clássica luta de classes em forma musical.
Pois, assim como ocorre com as greves, nós temos que chamar esse pessoal para negociação. Temos que estabelecer códigos de conduta para eles poderem fazer os bailes quando quiserem e nós podermos dormir quando quisermos. Deve ser legal estar em uma festa ao ar livre, escutando e dançado a música que se gosta. Mas não é justo impor essa festa para a vizinhança. E convém eles se darem conta do risco que andam correndo...Em suma, estou chamando esse pessoal para negociação. Tem que haver um jeito. Por exemplo, uma divulgação da festa para a gente ir procurando um lugar para passar a noite de sexta e sábado. Quem tem criança não pode passar a noite na boemia e tem que ter alternativa... Para a criança e para os pais. E uma certa parcimônia nas festas. Datas previstas e divulgadas. Que tal? No desespero da madrugada até liguei para o 190. Mas a polícia não serve para resolver esse assunto. Até porque não pode. E eu não sou a favor de repressão policial. Sempre vai ser violenta e exagerada. Tem que ter um meio termo, não é?
Já de antemão, sugiro que todos se submetam a exames de ouvido. Pois a surdez já está a caminho.

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