Os duelos da Copa
Brasil jogou contra Portugal. Chile contra a Espanha. E nos dois jogos havia uma espécie de cerimônia. Depois que fez seu gol que diminuiu a diferença na derrota para Espanha, os chilenos pararam de pressionar. Estavam contentes com o resultado. A derrota que os levou a disputar as oitavas de final com o Brasil. Já o Brasil não perdeu para Portugal. Empatou. E havia um certo clima de se buscar um resultado bom para ambos. Um certo alívio de não ser o mata a mata. E talvez uma certa incompetência com o escrete canarinho desfalcado. Mas o fato é que eram duas ex-colônias jogando com seus países colonizadores.
Hoje, Gana, único representante da África nesta fase, elimina os Estados Unidos. E aqui como em outros lugares do mundo, muitos senão a maioria torciam para que os africanos levassem. Os ianques não! Era um alívo não tê-los no futebol, esporte mais popular do mundo mas que ironicamente era ignorado pela grande potência mundial.
Todos dissemos que são apenas jogos, mas a grande verdade é que na Copa do Mundo se encenam conflitos entre os países que vão além das chuteiras. Algumas rivalidades e suas torcidas de ocasião possuem um pano de fundo geopolítico que apimenta mais a disputa simbólica que se trava em uma partida de um mundial. Dá para se dizer que nós, os seres humanos evoluímos dos circos romanos onde a massa assistia a carnificinas ao vivo e a cores para essa batalha de chuteiras. Alguns pingos de sangue aparecem involuntariamente. É um jogo muitas vezes violento. Mas o futebol e o circo chamado Copa do Mundo encenam rivalidades já domesticadas mas que nos fazem tomar contato com essa concorrência tribal que está impressa em nossas subjetividades e que jogam os seres humanos e as sociedades que eles formaram sempre para algum tipo de disputa. É muito bom que essa que dura somente 90 minutos tenha esse poder de nos fazer sentir coisas extremadas em tão intensos minutos.. e que de alguma forma tenham o poder de aliviar essa nossa compulsão animal de lutar com os Outros para destruí-los e para não ser destruído. E o bom é que nesse tipo de duelo o país mais poderoso do mundo pode ser eliminado pela África. E na maior alegria e paz.
sábado, 26 de junho de 2010
segunda-feira, 21 de junho de 2010
O funk dos nossos ouvidos
É muito legal saber que uma música desenvolvida nos morros e favelas, o chamado “funk carioca”, tenha conquistado adeptos em todo mundo, ampliando o mercado musical de músicos brasileiros. Mas honestamente não sou simpatizante da música, simplesmente porque ela invade meus ouvidos sem a menor consideração. Para corroborar minha implicância é líquido e certo que os adeptos dos bailes funks irão ensurdecer por volta dos 40 e 50 anos. É meio triste ver uma geração fadando-se à surdez. É um problema deles. Uma opção. Como é uma opção de quem é fumante escolher a manutenção do vício e uma probabilidade alta de desenvolver um câncer nos pulmões.
O aborrecido é que essa mania deles ensurdece também a vizinhança. Fico pensando o que fazem os moradores das redondezas dessa quadras de bailes funks. Bom, quem não gosta deve saber com alguma antecedência e mudar para casas de parentes durante o fim de semana. Sim porque eu moro longe e, provavelmente por uma questão de acústica... já que a tal quadra é no meio de um vale (eis aí o início dessa ciência) sinto que o baile é no apartamento do lado da minha casa. A estridência e o ritmo são tão fortes que fazem balançar as vidraças do meu apartamento. Creio que com um volume um pouco mais alto elas se espatifarão. E esse é sem dúvida o grande problema da surdez. Já surdos, os freqüentadores desses bailes devem estar precisando escutar sua música a um ritmo cada vez mais alto.
Já ouvi falar que o “estilo estouro” de tímpanos faz parte de uma provocação social dos criadores desses bailes. Uma forma de incomodar a vizinhança mais abastada dessas favelas. A clássica luta de classes em forma musical.
Pois, assim como ocorre com as greves, nós temos que chamar esse pessoal para negociação. Temos que estabelecer códigos de conduta para eles poderem fazer os bailes quando quiserem e nós podermos dormir quando quisermos. Deve ser legal estar em uma festa ao ar livre, escutando e dançado a música que se gosta. Mas não é justo impor essa festa para a vizinhança. E convém eles se darem conta do risco que andam correndo...Em suma, estou chamando esse pessoal para negociação. Tem que haver um jeito. Por exemplo, uma divulgação da festa para a gente ir procurando um lugar para passar a noite de sexta e sábado. Quem tem criança não pode passar a noite na boemia e tem que ter alternativa... Para a criança e para os pais. E uma certa parcimônia nas festas. Datas previstas e divulgadas. Que tal? No desespero da madrugada até liguei para o 190. Mas a polícia não serve para resolver esse assunto. Até porque não pode. E eu não sou a favor de repressão policial. Sempre vai ser violenta e exagerada. Tem que ter um meio termo, não é?
Já de antemão, sugiro que todos se submetam a exames de ouvido. Pois a surdez já está a caminho.
O aborrecido é que essa mania deles ensurdece também a vizinhança. Fico pensando o que fazem os moradores das redondezas dessa quadras de bailes funks. Bom, quem não gosta deve saber com alguma antecedência e mudar para casas de parentes durante o fim de semana. Sim porque eu moro longe e, provavelmente por uma questão de acústica... já que a tal quadra é no meio de um vale (eis aí o início dessa ciência) sinto que o baile é no apartamento do lado da minha casa. A estridência e o ritmo são tão fortes que fazem balançar as vidraças do meu apartamento. Creio que com um volume um pouco mais alto elas se espatifarão. E esse é sem dúvida o grande problema da surdez. Já surdos, os freqüentadores desses bailes devem estar precisando escutar sua música a um ritmo cada vez mais alto.
Já ouvi falar que o “estilo estouro” de tímpanos faz parte de uma provocação social dos criadores desses bailes. Uma forma de incomodar a vizinhança mais abastada dessas favelas. A clássica luta de classes em forma musical.
Pois, assim como ocorre com as greves, nós temos que chamar esse pessoal para negociação. Temos que estabelecer códigos de conduta para eles poderem fazer os bailes quando quiserem e nós podermos dormir quando quisermos. Deve ser legal estar em uma festa ao ar livre, escutando e dançado a música que se gosta. Mas não é justo impor essa festa para a vizinhança. E convém eles se darem conta do risco que andam correndo...Em suma, estou chamando esse pessoal para negociação. Tem que haver um jeito. Por exemplo, uma divulgação da festa para a gente ir procurando um lugar para passar a noite de sexta e sábado. Quem tem criança não pode passar a noite na boemia e tem que ter alternativa... Para a criança e para os pais. E uma certa parcimônia nas festas. Datas previstas e divulgadas. Que tal? No desespero da madrugada até liguei para o 190. Mas a polícia não serve para resolver esse assunto. Até porque não pode. E eu não sou a favor de repressão policial. Sempre vai ser violenta e exagerada. Tem que ter um meio termo, não é?
Já de antemão, sugiro que todos se submetam a exames de ouvido. Pois a surdez já está a caminho.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
A Redenção da África em nós
A redenção da África em nós
A priori, a Copa da África do Sul já seria importante só por ser realizada na África. Mas ao assistir algum jogo é possível dar-se conta de que algo bem maior está acontecendo. Colocar os holofotes na África, falar de seus países, de sua gente. Mostrar imagens. Falar do “Ubuntu” para nós, brasileiros médios, que parecemos tanto com os africanos, mas conhecemos e ouvimos falar tão pouco deles, promove, a meu ver uma espécie de redenção da África que temos em nós. Sim, temos uma África na nossa cultura. Isto é uma das grandes qualidades da cultura brasileira. E só ao olharmos para os africanos, os negros e negras que vivem na África, é que podemos perceber a qualidade da nossa negritude. E é realmente muito bom sermos negros também. Que sorte.
A priori, a Copa da África do Sul já seria importante só por ser realizada na África. Mas ao assistir algum jogo é possível dar-se conta de que algo bem maior está acontecendo. Colocar os holofotes na África, falar de seus países, de sua gente. Mostrar imagens. Falar do “Ubuntu” para nós, brasileiros médios, que parecemos tanto com os africanos, mas conhecemos e ouvimos falar tão pouco deles, promove, a meu ver uma espécie de redenção da África que temos em nós. Sim, temos uma África na nossa cultura. Isto é uma das grandes qualidades da cultura brasileira. E só ao olharmos para os africanos, os negros e negras que vivem na África, é que podemos perceber a qualidade da nossa negritude. E é realmente muito bom sermos negros também. Que sorte.
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