Não há nada mais sinalizador da falta que nos faz o sol quando depois de um longo período de frio e chuva, ele nos aparece em todo o seu esplendor em um dia de inverno para aquecer nossa carne.
Enquanto sentia seu calor suave, me dei conta que talvez a única coisa que nos liga de fato a outros seres humanos é a carne.
A gente vem da carne dos nossos pais e pela carne nos unimos a outra pessoa com possibilidade ou não de gerar descendentes. Toleramos essa intimidade porque algo nessa carne alheia nos parece vital. Mas nos resumimos a isso: sensíveis tecidos transpassados de odores e irrigados por sangue quente.
Mas essa seleção das carnes vitais é estranha e permeada de apectos menos tácteis os sonhos e as decepções. Assombrada por expectativas, temores e fantasmas.
Mas sempre um dia de sol no inverno seja lá onde for tem o poder de despertar algo confortável e esperançoso que renova algo na nossa carne. Pode ser puramente etéreo. Já tá valendo.
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Um comentário:
eu queria que tive-se sites que fala-se de depoimento de pessoas que já foram desnutridas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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