Para um turista desavisado, o dia do 1º turno das eleições presidenciais francesas poderia passar por um domingo ensolarado qualquer de Paris. As feiras livres funcionaram normalmente, os parques estavam lotados, os restaurantes e bares cheios.
Nada indicava nas ruas e espaços públicos que 84% dos franceses tinham comparecido às urnas batendo o recorde da V República (iniciada em 1958).
Aqui o voto não é obrigatório, mas as pessoas que não estão nos locais em que são registradas podem mandar uma procuração para alguém votar em seu lugar no dia da eleição. Ou seja, se você é registrado em outra cidade, ou mesmo em outro país, seu voto vale do mesmo jeito, enquanto cidadão francês, se você mandar uma procuração para alguém cumprir a sua vontade. Na tradição brasileira, onde a compra de votos continua sendo um hábito rotineiro, essa prática é impensável. Mas aqui, pelo visto não ocorre a ninguém que o destinatário da procuração possa fazer mal uso dela. Sinais de uma democracia sólida, mas honestamente, ontem fez falta um burburinho eleitoral. Só vi uma fila em uma escola e não havia sequer boca de urna. O máximo que vi foi um cidadão ligando para um amigo para tentar convencê-lo a ir votar.
O que de fato não tem aqui e não deveria fazer parte da nossa cartilha eleitoral é esse um mês de propaganda eleitoral gratuita na TV, que custa rios de dinheiros em maracutais , justificando mensalões e mensalinhos de todos os tipos, enchendo os bolsos de publicitários, marketeiros e aspones em um país repleto de miseráveis como o Brasil.
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