sábado, 13 de agosto de 2016

A fatla de coragem política e a educação

A falta da coragem política e a educação

Por Débora F. Lerrer

 Como faz falta a coragem política, ou o que Gramsci chamava de “jacobinismo na ação” no cenário nacional, hoje coalhado de medíocres políticos.
Sinto pena que o Brizola tenha decidido partir dessa para melhor no início do Governo Lula por que ele teria sido um farol para evitar esses desastres políticos proporcionados pelo PT em seus últimos mandatos e talvez mais sábio em lidar com as manobras golpistas que vicejam no ambiente político brasileiro.  Diga o que quiser do Brizola, mas era corajoso. Não foi bom na construção de um partido. E, além disso, foi golpeado. Roubaram dele a sigla PTB, mas se  não fosse um político grandioso, o próprio PDT não teria vingado.
Tem que olhar em perspectiva. Pensar adiante.
Por exemplo, agora estamos em uma espécie de janela demográfica. A tarefa mais importante de qualquer grupo que esteja no poder hoje é simplesmente encontrar alguma forma de enfiar todas as crianças vulneráveis em escolas, dá-las assistência de vários tipos, para eles se tornarem talvez a geração que dará o salto qualitativo deste país. Mas houve este golpe vagabundo e há risco até de se limitar os gastos com educação!!!
Infelizmente, a escola pública em vários níveis não dá conta disso, por enquanto. Mas temos que perseguir isso. As escolas básicas só podem ter no máximo 20 crianças por sala. Temos que criar mutirões nas escolas públicas para reformar, pintar, decorar.  Chamar a comunidade escolar, pais e parentes dos alunos, a contribuir como puderem. 
Em suma, tentar caminhos institucionais para se ir mudando aos poucos determinadas realidades através daquilo que vem de nós. O melhor de nós. Afinal, não somos organizados para fazer festas? Então nos organizemos, enquanto sociedade civil, para acolher essas crianças! Cada brasileirinho hoje é uma fonte de possibilidades abertas para florescer a nossa civilização.  Sim, a civilização brasileira. Que é uma entre várias, mas que como é a minha, eu faço questão que ela atinja suas melhores potencialidades.
Claro que não devemos esquecer de aumentar o salário dos professores até chegar ao patamar do que  recebiam na década de 60. É esse o padrão salarial que deve ser respeitado e do qual nunca devíamos ter saído.
E  o Brizola, sim, ele sempre pensava em educação. E pensava a sério. Não da boca para fora. Tirava realmente recursos do orçamento do estado para promover essa área. Desde sua época no governo do Rio Grande do Sul, quando espalhou as “brizolinhas” pelo interior gaúcho.
Hoje, mesmo que tenham desfigurado a proposta ao longo dos anos, seus monumentos chamados CIEPS pontuam a paisagem do Rio,  lembrando para a população que  basta querer, que essa idéia pode renascer.


Se não fizermos o caminho, não chegaremos lá.

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