terça-feira, 21 de junho de 2011

Amast e o Santa Música

A Amast (Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa) vem sendo acusada recentemente de ser "egoísta", "opaca", ditatorial, etc. por ter contribuído para o cancelamento do Festival Santa Música.
A pergunta é: recebemos esse qualificativo por que não somos a favor do "vale tudo"?
Como o evento se auto-denominava "culturalmente sustentável", seus produtores citaram nominalmente o apoio da Amast no projeto que enviaram ao Minc em março para captar recursos.Só não se deram ao trabalho de nos consultar nem informar. Logo, obviamente, nunca receberam nosso apoio. Nossa postura foi: logo que soubemos das características do evento.. no final do mês de MAIO, fomos consultar as bases... Na verdade, informar as bases, os vizinhos.
A gente, em suma, resolveu ser prudente, responsável e DEMOCRÁTICA.. Informamos e preocupados. Beth, nossa presidente, solicitou informações da prefeitura, para saber se a "infra" necessária para um evento que traria 30 mil pessoas a Santa Teresa estaria garantida, mas não recebemos respostas... .
Informamos aos vizinhos e começamos a acolher as posições das pessoas. Ou seja: escutamos a população interessada. A população que representamos.
A maior parte desta população reclama. Cinquenta e duas dessas pessoas a serem atingidas pelo evento - vai ver por viverem nas cercanias dos palcos - entram em contato com o Ministério Público, com a ouvidoria da Prefeitura, etc. Em suma, dada uma coisa cara à democracia: as vozes da rua, representando isso, tomamos algumas atitudes. Não somos nós que decidimos pelas pessoas. Somos uma associação. Representamos pessoas... Se essas pessoas, moradoras do bairro, tem uma visão "opaca" e "egoísta", sinto muito D. Natacha, mas é isso mesmo. O morador não é necessariamente um empresário arrojado... E ele querer ter direito de ir e vir onde mora é um direito, não é?
Sinto muito pelos jovens motivados e treinados... Mas a questão deles efetivamente não se resolveria nesse evento.
Bom, é importante frisar que não somos o Poder Público!
E mais do que isso, as experiência que temos nos informam que quando o interesse privado dos economica e/ou politicamente poderosos quer se valer... tanto faz se existem leis ou não. Diante disso é que se reunem pessoas para fazerem manifestações de massa, para provocar visibilidade... para expor o que a maioria deseja, já que os os poderosos possuem canais de vários tipos de contato com o poder. E valem-se disso para obter seus privilégios e para imporem sua visão de mundo.
Disseram que haveria uma manifestação musical aqui em Santa Teresa no domingo. Pois eu gostei da idéia de que o pessoal incomodado com o cancelamento do festival tivesse vindo aqui com sua música nas garagens, nas ruas, sem palcos e grandes aparatos. Vi no meu percurso de domingo um casal tocando violão no sol do fim de tarde, na frente de uma garagem. O bairro estava cheio, como tem sido em todos os fins de semana, mas sem os LOGOS das empresas patrocinadoras, que se aproveitam de espaços públicos para fixar sua marca......
Músicos! Sejam bem vindos! Mas sem poluição visual!
E é sempre bom respeitar direitos adquiridos, né?
E espero que não entrem nessa de direcionar seu protesto contra uma comunidade, que têm, sim, o direito de se insurgir contra o poder público irresponsável e o interesse financeiro e profissional de algumas pessoas que, ok, querem ganhar dinheiro, mas que aqui no pasaran às custas do sossego daqueles que tinham o efetivo direito de serem escutadas ANTES, bem antes do anúncio do festival.
Aí, quem sabe, até a maioria concordaria com o projeto, né?
Mas, 12 palcos de música e 30 mil pessoas guela abaixo, não!

Débora

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