terça-feira, 17 de novembro de 2009

50 anos sem Villa-Lobos e a devoção brasileira ao violão

Talvez não tenha sido acaso que o extenso e riquíssimo Festival Villa-Lobos deste ano, que celebra o cinquentenário da passagem de Villa-Lobos por esta terra, tenha escolhido um mestre do violão para tocar sua obra integral hoje, dia 17, data em que Villa efetivamente faleceu há 50 anos atrás. Ao contrário dos dois outros concertos que assisti do festival, que além da grande qualidade da programação tem preços populares, foi neste que vi a maior afluência de jovens. Provavelmente jovens amantes do violão...violonistas...em devoção a uma obra que realmente é um marco para este instrumento não só no Brasil como no mundo.
Durante o concerto, dei-me conta que a primeira parte do programa, a Suíte Brasileira, Choros nº1, e os 5 Prelúdios, de fases diversas... fazem parte do meu repertório musical há anos. E que saudades de escutar essa sonoridade coloridos e elegante. Sim porque a música de Villa é colorida. Infelizmente um ataque de tosse me impediu de assistr os 12 Estudos que ele compôs pensano em André Segóvia.... Uma tragédia para mim. Mas nos trechos em que retornava à sala, quando esta imbecilidade conspirativa do meu corpo amainava, pude perceber que nesses estudos talvez residam toda a base do violão moderno brasileiro... não só o clássico. Sou uma devota do violão, portanto, não entendo os meandros desse intrumento... Só fico no seu encantamento....E pude perceber que, sim, boa parte dos grandes violonistas e compositores brasileiros tiveram que passar horas estudando Villa-Lobos.E sem dúvida é um privilégio.
O que fica é que, dada a platéia, a tradição brasileira do violão continuará produzindo novos violonistas, compositores e sua devota tribo de seguidores encatados pela sonoridade graciosa e colorida deste mágico instrumento sempre presente nas rodas popuares, mas também imortalizado por grandes mestres como Villa-Lobos.

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