O documentário "Palavra Encantada", de Helena Solberg, deveria ser obrigatório nas escolas.
Fazer grandes sessões de debates com os alunos, estimulados pelos professores de português. Assim, estimula-se o amor a nossa língua. O português do Brasil. Língua rica, semelhante ao português dos anos do descobrimento. Curiosamente mais conservadora que o português de Portugal, embora com léxico tão enriquecido pelas palavras indígenas e africanas. Por ser assim tão conservadora é que a nossa língua permite aos brasileiros ler Camões ainda na métrica; coisa que os portugueses não falam mais.
Só não tenho a acrescentar que o filme partiu de um ponto equivocado. A riquíssima lírica da música popular brasileira não é herdeira dos trovadores provençais, ou seja, de Provença, na França, como explica o filme. O movimento trovador em Portugal era tão ou mais rico. E um grande rei reformador português, D. Diniz, chegou a ser um dos trovadores mais famosos. Seus versos são estudados nas faculdades de Letras, pelos alunos interessados no português medieval. Creio que na época, para os lusitanos, era como se o Chico Buarque fosse o rei deles. E o cara foi um bom reformador. Além disso, com sua mulher, a rainha que depois virou Santa Isabel, criou a Festa do Divino.
Em suma, a origem do amor dos portugueses e brasileiros por versos musicados tem uma origem muito mais interessante, ignorada pelo filme, mas que vale muito a pena ser resgatada.
domingo, 26 de abril de 2009
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