Até trazer uma desnutrida gatinha para fazer companhia a meu gato de meia idade, não sabia que tinha criado um gato fidalgo. Foi a esfomeada e vagabunda gatinha que me fez dar-me conta de que o gato amarelo e branco, com uma pinta charmosa na bochecha....era um gato nobre. Fresco eu já sabia que ele era, mas a nobreza dele é algo que tem a ver com disposições felinas curiosas.
Ela, batizada de Filó, come qualquer coisa que lhe coloquem no prato. Prefere sempre ir direto no prato dele pois parte do princípio que o que tem no dele é melhor do que o dela.
Ele, diante do ataque em seu prato, ao invés de uma patata certeira e um grunhido feroz... simplesmente se afastava. Mas como o convívio sempre vai contaminando uns aos outros, hoje me surprendi com meu Gato, diante das mesma ração colocada nos dois pratinhos... preferir comer no prato dela...Deve ter começado inclusive a checar os restos de carne e coisas afins que coloco no prato dela...e quem sabe vai começar a experimentar novas sensações na vida do que as aborrecidas rações de gatos.
domingo, 13 de julho de 2008
Sol de Inverno
Não há nada mais sinalizador da falta que nos faz o sol quando depois de um longo período de frio e chuva, ele nos aparece em todo o seu esplendor em um dia de inverno para aquecer nossa carne.
Enquanto sentia seu calor suave, me dei conta que talvez a única coisa que nos liga de fato a outros seres humanos é a carne.
A gente vem da carne dos nossos pais e pela carne nos unimos a outra pessoa com possibilidade ou não de gerar descendentes. Toleramos essa intimidade porque algo nessa carne alheia nos parece vital. Mas nos resumimos a isso: sensíveis tecidos transpassados de odores e irrigados por sangue quente.
Mas essa seleção das carnes vitais é estranha e permeada de apectos menos tácteis os sonhos e as decepções. Assombrada por expectativas, temores e fantasmas.
Mas sempre um dia de sol no inverno seja lá onde for tem o poder de despertar algo confortável e esperançoso que renova algo na nossa carne. Pode ser puramente etéreo. Já tá valendo.
Enquanto sentia seu calor suave, me dei conta que talvez a única coisa que nos liga de fato a outros seres humanos é a carne.
A gente vem da carne dos nossos pais e pela carne nos unimos a outra pessoa com possibilidade ou não de gerar descendentes. Toleramos essa intimidade porque algo nessa carne alheia nos parece vital. Mas nos resumimos a isso: sensíveis tecidos transpassados de odores e irrigados por sangue quente.
Mas essa seleção das carnes vitais é estranha e permeada de apectos menos tácteis os sonhos e as decepções. Assombrada por expectativas, temores e fantasmas.
Mas sempre um dia de sol no inverno seja lá onde for tem o poder de despertar algo confortável e esperançoso que renova algo na nossa carne. Pode ser puramente etéreo. Já tá valendo.
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