sábado, 31 de março de 2007
O senso comum de esquerda francês e os judeus
Gaullismo? Sim. É direita? Em termos franceses, sim. Mas em termos mundiais, essa turma tem um senso político que, por exemplo, em relação ao Blair, do trabalhismo inglês, tem uma enorme diferença. Em suma, eles têm um senso comum mais à esquerda. É claro que o Sarkozy é problemático, mas ele representa justamente aquele cara que chegou tarde (filho de imigrantes húngaros) e quer ser mais realista que o rei.... Esses são sempre complicados e perigosos.
Uma das minhas experiências mais marcantes nesse sentido ocorreu por acaso, quando, em meio a minha busca infindável por um lugar para morar, acabei topando com uma manifestação típica de civismo à la francesa. Era um sábado cinzento. Saí do apartamento que fui visitar e resolvi caminhar ao léu pelas ruelas de um bairro muito interessante, perto do Pantheon. De repente caiu uma chuva danada e eu, sem sem sombrinha, me abriguei em uma parada de onibus. O trânsito estava meio esquisito, porque tinha uma manifestaçao de professores.O pessoal foi se aglomerando embaixo do abrigo e, entre eles, havia um senhor de idade. Todo mundo perguntava o que estava acontecendo, se o onibus tal ia passar, etc... E o tal senhor falou que o tal ônibus devia estar com dificuldade de passar porque o Pantheon estava aberto e todo mundo estava indo para lá : havia a homenagem aos franceses "justos entre as nações". Perguntei a ele do que se tratava e ele me explicou que eram os franceses que esconderam judeus durante a Segunda Guerra Mundial e a ocupação nazista. Resolvi então ir para lá e ver do que se tratava.
O Pantheon é um predio imponente, em cima de uma colina. Foi construido para ser a igreja da padroeira de Paris, a Santa Genevivieve, ou seja Santa Genoveva... Mas durante sua construção, rolou nada menos do que a Revolução Francesa e, obviamente, os partidários dessa turma decidiram dar outro destino para o templo. A princípio, colocaram lá os restos do Rousseau e do Voltaire, mas durante quase 100 anos, entre Império Napoleônico, Restauração e os arroubos revolucionários franceses... volta e meia o tal prédio voltava a ser igreja... Até que o Victor Hugo morreu, era provavelmente a tal III República, e o pessoal definiu que o lugar ia ser para isso mesmo: ou seja, para servir de tumba para os heróis e grandes pensadores franceses - obviamente quando há algum consenso poíitico sobre eles.
Em geral, o Pantheon é como qualquer museu daqui. Se paga para entrar e ver onde estão os restos do Russeau, Voltaire, Malraux, ... Mas nesse fim de semana, do dia 20 de janeiro, o Pantheon ficou aberto para o público. A homenagem começou com uma cerimônia oficial, no dia 18 de janeiro, quando foram homenageados esses mais de 2 mil franceses que salvaram judeus, sobretudo crianças, durante a ocupação nazista. Essa operação, altamente arriscada para a época foi empreendida, até por dois vilarejos inteiros, fora as pessoas que individualmente assumiram os riscos de fazer isso.
O dia estava chuvoso e havia uma fila enorme para entrar no Pantheon. Fiquei surpresa de descobrir que os parisienses achavam isso um grande programa para o fim de semena. Havia uma instalação da cineasta a Agnes Varda, com fotos desses "justos da França", e um filme que representava algumas dessas histórias de solidariedade humana. Em meio à fila, vendo as pessoas aglomeradas, pegando chuva para fazer essa peregrinação cívica, fiquei pensando que tipo de povo é esse que sai de casa em um dia frio e chuvoso para fazer isso. Achei significativo. Depois entendi que alguns aproveitaram que estava de graça a visita a um lugar tão significativo como o Pantheon. Tem tanto museu em Paris. Muitos franceses devem aproveitar para conhecer os lugares quando eles estão de graça. Havia uma fila enorme para ver a tumba. Eu entrei na fila, sem saber seu destino e descobri que e ela levava até onde estão os restos dos heróis e intelectuais franceses. O objetivo da fila era justamente o lugar onde havia uma singela gravação homenageando esses os franceses "justos entre as Nações" que, na verdade, foram reconhecidos como tais em uma cerimônia em Israel.
Tinha uma mulher na fila que me chamou atenção. Ela estava com três meninos e leu diligentemente o que estava escrito lá, explicando do que se tratava para os meninos, provavelmente meio desapontados de ver um troço tão sem graça depois de uma fila enorme. Ela contava a eles em voz baixa o quanto aquela homenagem aos "justos da França" era importante. Ela fazia questão de ensinar àqueles meninos essa história. Ela fazia questão de que eles incorporassem essa memória.
Para aquela mulher, a visita era pedagógica. Ela queria ensinar àquelas crianças o que tinha acontecido e porque tinha que se celebrar aquelas pessoas que anonimadamente ajudaram seus próximos. Algumas delas foram presas por esse gesto. Não sei se houve execuções.
Digam o que quiserem da França, mas é isso que eu admiro neles: sua história politica. Eles se debatem com seus conflitos internos, mas os evidenciam. A França teve esta história complicada de Vichy, seu colaboracionismo. Mas segundo os dados da exposicao, esses 2 mil justos da França conseguiram salvar dois terços dos judeus que viviam aqui.
Na verdade, foi a Revolução Francesa quem primeiro concedeu o estatuto de cidadania para os judeus. Depois o Napoleão colocou isso em questão, fazendo-lhes uma sabatina, perguntando se eles defenderiam sua pátria, a França, se eles casariam com não-judeus, etc.
O importante desse jesto do Chirac é que ao mesmo tempo que ele reconheceu a responsabilidade do Estado francês pela deportação dos judeus para os campos de extermínio, ele também promoveu essa celebração dos cidadãos franceses anônimos que conseguiram salvar milhares deles.
Obviamente que aqui continua a haver anti-semitismo. Na madrugada em que estava escrevendo este texto, 51 túmulos de um cemitário judaico em Lille foram profanados.
Mas existe um gesto do Estado francês em levantar atenção sobre isso. Foi produto de um processo de luta alimentada por estudos, pois pelo que eu entendi, depois da Segunda Guerra, eles optaram "esquecer" como como o próprio regime francês da época colaborou com a tal "Solução Final" dos alemães. Tem que ter pressão política, mas também coragem para enxergar seus próprios podres, evidenciá-los e, quem sabe, expurgá-los Na véspera de assistir a esse ritual cívico, escutei em um bar um cara falando "da perigosa aliança dos judeus com os Estados Unidos".
Mas é isso. Pelo menos aqui, tenta-se combater as xenofobias. Não que consigam, eles pelos menos tentam, debatem acaloradamente sobre isso.
E populaçao se move, se mobiliza contra isso. E o Estado incorpora. Assume.
A Dinamarca, que eu saiba, foi onde houve a história mais exemplar dessa época. O próprio rei dinamarquês comecou a usar a Estrela de Davi amarela imposta aos judeus como modo de lhes identificar. E diante do jesto de seu rei, o povo acabou ajudando centenas de judeus a escapar para a Suécia.
Fiquei emocionada de ver essa homenagam à generosidade humana feita pelo pelo gesto civico daqueles cidadãos anônimos que homenagavam seus compatriotas, também anônimos, em um sábado chuvoso e frio de Paris.
Essas memória, agora oficializada no Pantheon, também já estava gravada nas pedras dessa cidade. Existem placas em todas as escolas de Paris onde estudavam as crianças judias expatriadas para os campos de concentracao, assim como existem placas em todos os locais onde tombou algum francêsc durante a Resistência aos alemaes e a libertação de Paris. "Aqui tombou... pour la France no dia tal..."
Em suma, em um país que chega ao ponto de produzir um grupo de historiadores, enraizados na Sorbonne, chamado "Comitê pela Vigilância dos Usos da História", pode existir a celebração, mas sempre um questionamento de si. Espero que eles sempre continuem assim. Sempre vai ser mais saudável para o mundo.
segunda-feira, 26 de março de 2007
Dia 8 de fevereiro: 50 mil na rua e o silêncio
- Estava saindo da aula no Boulevard Raspail, uma grande avenida que corta Paris, quando vejo o portão do prédio fechado. O zelador, não deixava ninguém entrar nem sair. E fora, uma passeata de estilo próximo ao que nós conhecemos no Brasil. Carinho de som, palavras de ordem, montes de panfletos e até a nossa conhecida e inestimável infra-estrutura de camelôs: no caso deles, trailers, vendendo uma espécie de churrasquinho e garantindo do que comer e beber para os manifestantes.
Em suma, obviamente, resolvi acompanhar a tal da "manif", mal-disfarçando a minha emoção... Afinal quem gosta de passeata sabe do que se trata, e eu estava em uma que se desenvolvia no país que inventou esse tipo de mobilização. Ou seja, uma manifestação à la francesa, felizmente sem "Appellacion d'Origen Contrôlèe", como eles têm mania por aqui... e difundida em todo o mundo.
Eram professores, funcionários públicos. Mais adiante, na esquina da Rua Rennes, percebo que vem vindo uma outra horda de manifestantes...Petards (bombinhas esfumaçadas e mal-cheirosas) para recebê-los... Eram os ferroviários. A manifestação ficou grande e eu resolvi encarnar meu hábito de jornalista para tentar descobrir do que se tratava.
Os problema usuais desse mundo neoliberalizante: risco de privatização da empresa de gás, da companhia ferroviária, das escolas públicas. Segundo um ferroviário, Francis Joly, que trabalha em uma oficina de Les Laummes, a SNFC (companhia ferroviária estatal francesa) não está mais contratando o que na prática acaba desencadeando uma privatizacao branca, já que os estáveis estão se aposentando. Ele me explicou que a SNFC tem 160 mil funcionarios em toda França, mas perde uma media de 5 mil por ano. Ele trabalha em uma oficina que repara e contrói sinalizaçao para as ferrovias de todo país. Logo, como a falta de pessoal, eles começam a terceirizar o serviço para outras empresas.
Os professores protestavam contra a diminuiçao de postos de trabalho nas escolas e contra o agravamento das condições de trabalho. Um dos manifestantes me contou que enquanto a corda se aperta no pescoço dos professores das escolas públicas, o Estado passou a facilitar a criação de escolas privadas. Como as escolas públicas são uma espécie de instituição básica da tal República Francesa - que tanto à direita como à esquerda se orgulha - uma mudança no estatuto das escolas publicas e nas condições de trabalho dos professores significa uma mudança brutal em termos de tradiçoes politicas deste pais.
A mobilização também protestava contra a tentativa de privatizar a GDF(Gaz de France), acabar com o monopolio dos correios publicos para cartas com menosde 50 gramas, medidas que a nossa experiência própria já ensinou que representam aumento de tarifas e perda de qualidade dos serviços.
Os manifestantes também me explicaram que, apesar dos "petards" tratava-se de uma manifestação "gentille" e não "offencive". Fui notando também que a tal manifestação que parecia estar terminando, na verdade não acabava nunca. Fui voltando algumas quadras para o prédio da École des Hautes Études, e ela continuava a passar. Lá, perguntei ao zelador porque ele mantinha o portão fechado. E ele me contou que a manifestação dos estudantes do ano passado, contra o projeto de lei que precariza ainda mais o trabalho dos jovens, invadiu e deu uma boa danificada na "Ecole"... em suma, foi uma manifestação "offencive".
Em meio a mais alguns petards o pessoal comemorou o anúncio do carro de som que a manifestação tinha alcançado a marca de 50 mil pessoas.
Pelos meus cálculos meio treinados nessa área, realmente era muita gente. Podia ser mesmo 50 mil.
Fui para Barcelona na mesma noite e contei da manifestação para duas jornalistas que encontrei lá, mal aterrissando na cidade. Elas ficaram espantadas.
Todos os habitantes da zona euro têm em comum a perda do poder aquisitivo depois de adotada essa moeda. Tudo ficou muito mais caro. Os preços na Espanha em muitos casos se equipararam aos da França, mas os espanhóis continuam ganhando a mesma coisa.
Mesmo para os franceses a situação ficou complicada. Alguns cartazes levados por manifestantes diziam "o Euro me matou". .
Mas o que me espantou na verdade foi que colocar 50 mil pessoas na rua é pouco para os padrões franceses.... É normal eles não ficarem sabendo dessas manifestações em Barcelona, o curioso foi que aqui em Paris essa manistação aparentemente passou em branco. Comentei sobre ela com muitas franceses e eles pareceram surpresos, não sabiam que tinha acontecido.
Tudo bem que meu universo não é lá muito grande. Tudo bem que a vida cotidiana nos tome tanto tempo... mas 50 mil na rua passarem em branco???
Na hora me lembrei de uma célebre passagem de um jornal francês do século XIX, citada por Patrick Champagne em um artigo publicado em seu livro "Formar Opinião:
“Foram os jornais dedicados à política de todos os matizes que inventaram os Meetings e as Manifestações para espicaçar a curiosidade dos leitores e aumentar suas tiragens”
“O meio de impedir as manifestações encontra-se menos no reforço da força armada do que na abstenção de notícias veiculadas por esta imprensa”
um em cada três franceses confessa ser racista
Pensando bem é essa birra que temos com o Outro. O estrangeiro, o diferente, o que não usa mesmo tipo de roupa, não gosta da mesma música, etc.
Mas acho que desde a Segunda Guerra Mundial estamos, enquanto Humanidade, em um esforço mais ou menos institucional para retirar isso de nós.
Tenho fé nesses esforços conscientes da Humanidade. Os passos vão devagar, mas alguns valores foram sendo estabelecidos e por mais que às vezes nos sintamos à beira da barbárie... eles estão lá, ao menos na denúncia, na memória.
Por isso hoje as pessoas têm vergonha de se confessar racistas... Mas também é por isso que esse dado é tão impressionante
o debate político francês
Foi no debate do banlieu em Drancy que essa informação curiosamente chocante foi esgrimida por um descendente de argelinos, que vive aqui já na sua terceira geração.
Ele perguntava em alto e bom som: "o que o pai do Sarkozy fez pela França? Meu pai, meu avô lutaram pela França e até hoje eu sou visto aqui como argelino. Não como francês! Quero perguntar para o Sarkozy o que o pai dele fez para França!
Pois é, essa manifestação emocionada sintetiza claramente um dos pólos desse debate.
Um rapaz, Mustafá, que se apresentou como operário, emendou: "O problema dos franceses é acharem que todos eles descendem do Asterix, a identidade nacional francesa é o seu patrimônio de lutas! A Revolução Francesa! É o próprio Chirac ter se recusado a enviar tropas para o Iraque!"
Uma das senhoras, presentes na mesa, francesa de inúmeras gerações, fez questão de frisar: "nosso patrimônio é a generosidade com que recebemos os estrangeiros". Um outro participante do debate criticou essa visão de que o povo francês é acolhedor, falando da dificuldade que os imigrantes italianos enfrentaram ao chegarem na França no século XIX. Para ilustrar isso, ele também mencionou a deportação dos judeus, durante a Segunda Guerra Mundial.
Com dados na mão, Rashid, também participante da mesa, disse que 89% das empresas francesas discriminam imigrantes.
Eis em suma, a encruzilhada por onde passa a França atualmente. Sua identidade nacional, construída no século XIX não dá mais conta da diversidade de sua população hoje. Seu caminho é criar guetos comunitários como a luta pela discriminação positiva fez nos Estados Unidos ou mesmo na Inglaterra, onde as comunidades são reconhecidas, a luta contra o racismo avançou, mas cada grupo se fecha em sua própria cultura étnica, religiosa ou nacional? E o racismo não me parece ter diminuído muito...
Como fazer a identidade nacional francesa arejar para receber essas influências culturais de seus imigrantes, há várias décadas vivendo na ex-metrópole, mas até hoje vistos como não-franceses?
Obviamente, este debate tem me feito pensar no que aconteceu no Brasil. Na forma de integração assimilacionista, que chega de mansinho, contamina e produz alguma coisa outra e que se traduz pelo elogio da mestiçagem...sem obviamente resolver o problema da integração social... O fato é que os imigrantes estrangeiros que vieram da Itália, Alemanha, Polônia, Japão, China, etc. comeram o pão que o diabo amassou, mas se dizem e são vistos como "brasileiros". Comeram, talvez menos pão amassado pelo diabo... porque a gente tem a tendência de celebrar o estrangeiro. Recebemos eles às vezes tão de portas abertas que a revolução de 30 teve que decretar uma Lei obrigando as empresas brasileiras a contratar brasileiros. Tinha que ser no mínimo 2/3 da sua mão-de-obra. Sem a lei, elas só contratavam italianos e imigrantes em geral, mais treinados ao regime disciplinar industrial...
Alguma coisa em um meio termo desse comportamento pode ser uma saída.
No nosso caso, ainda continuamos com o desafio de incorporar a massa de brasileiros pobres aos benefìcios econômicos e sociais de uma sociedade verdadeiramente integrada socialmente...mas pelo menos, culturalmente, todos somos brasileiros, sem nenhum pingo de dúvida...
sábado, 24 de março de 2007
Drancy e a cultura política francesa
Drancy é a estação de trem da qual foram deportados mais de 70 mil judeus para os campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.
Hoje fui até lá, sem saber dessa triste memória, para assistir a um debate em um “banlieu” dos quentes daqui de Paris, que fica próximo dessa estação: Blanc-Mesnil.
O dia estava chuvoso e frio. Era um aparente “programa de índio”, mas achei que valia a pena aproveitar a oportunidade para conhecer um dos cenários dos famosos levantes de novembro de 2005, onde uma amiga minha jornalista, edita um jornal local, justamente o tema do debate de hoje.
Sim, na época dos quebra-quebra e incêndios cotidianos, minha mãe exprimiu uma opinião lúcida e certeira que me deixou pensando alguns meses. Ela simplesmente achava completamente normal isso estar acontecendo: “as barricadas não começaram na França?” Pois bem, todo esse mal estar existente hoje em torno da imigração na Europa tinha que obviamente estourar aqui. Onde mais?
Não por acaso, esse jornal, chamado “Vu d’ici” (Visto daqui), tem justamente o objetivo de mostrar o ponto de vista deles, dos moradores desse bairro popular, que vivenciaram um profundo mal-estar com a maneira como foram retratados pela mídia em geral durante os tais eventos.
O jornal é bonito, bem editado e aberto a todo mundo que queira colaborar, expressar sua opinião ou descrever algo que considera importante. Obviamente, os textos passam por um copy-desk da redatora-chefe, minha amiga, Marina da Silva.
Mas o debate de hoje foi muito mais do que o jornal. Simplesmente, vi encenado na minha frente, com toda a sua força e através da voz de uma das populações mais desfavorecida desse país, um retrato muito claro do que é essa chamada “cultura política francesa”.
Apesar de todos os pesares, esse país onde três quartos de sua população ( que usa internet...) abre um livro todos os dias...tem muito o que ensinar...Sim, eles inventaram as barricadas e, felizmente, continuam em guarda.
Mais ou menos é esse mesmo o objetivo desse blog... dividir com quem se interessar, minhas impressões sobre esse “sejour” em Paris, onde, além de aproveitar as bibliotecas e museus tenho por objetivo aprender com essa história... que pode ser de grande utilidade para o Brasil, afinal nessa área a gente anda em falta. Afinal, além da Revolução Francesa, de 1848, da Comuna de Paris, eles tiveram justamente um maio de 1968.
Por outro lado, no meio do debate candente que eles estão vivenciando sobre suas "minorias visíveis".. acho que podemos dar uma ajuda...
Obviamente, somos os piores do mundo em integração social, mas na cultural, acho que desenvolvemos uma receita mais ou menos interessante.
Espero, através desse blog, justamente objetivar e costurar essas reflexões com a minha experiência "francesa"..